quarta-feira, 4 de maio de 2011

No Paquetá, nem o Cristo descansa

Roubaram o Cristo
Peça de bronze com face de Jesus desaparece do cemitério.
Da redação
"Em paz, vou dormir e tornar o meu descanso". A tradução livre da expressão em latim, grifada no alto do portal do Cemitério do Paquetá, é um desejo distante. Objetos de mortos e obras de arte nunca tiveram  sossego no local. Os furtos constantes no campo tido como santo atingiram esta semana o patamar mais emblemático: levaram uma peça de bronze representando Cristo.
A representação facial do filho do Criador pesa cerca de cinco quilos e tem a base de mármore. No mercado de arte pode custar de R$ 15 mil a R$ 20 mil. E já pode estar no exterior.
Quem notou o furto do Cristo foi o historiador Waldir Rueda. Há cerca de quatro meses ele tinha começado a catalogar as obras de arte no cemitério, com fotos. Quinta-feira, retornou ao local e notou a ausência da peça. Ela estava fora da campa de origem, acomodada no túmulo de Arlindo Gomes de Aguiar, morto em 1923.
Levar o Cristo foi tarefa fácil. O cemitério conta apenas com um vigia e das quatro câmeras de vigilância, duas estavam quebradas há cerca de quinze dias. Além disso, as imagens dos demais equipamentos são nítidas apenas das 7 às 18 horas e, ao contrário das disponibilizadas no SIM, são estáticas e não tem zoom.

Campas tombadas
Mas o sumiço da peça pode não ser um simples furto, segundo explicou o promotor de Justiça das áreas de Urbanismo e Meio Ambiente de Santos, Daury de Paula Júnior. A reprodução de bronze integra uma das 26 campas do Paquetá tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa). “Não seria um simples furto, mas um crime contra o patrimônio cultural”.

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