Chales em Santos

A Cidade de Santos está perdendo os seus “Chalés”.

As construções denominadas das “sobrepostas” estão se alastrando por toda a baixada santista.
Hoje em Santos, um Chalé não tem praticamente valor econômico, o que realmente vale para os construtores é o terreno.
São poucas as ruas de Santos em que passamos que não tenha alguma casa antiga ou um Chalé sendo demolido.

Chalé demolido em Santos  na Rua Godofrego Fraga nº 92

O que é um Chalé: Tipo de habitação, de origem suíça, na qual a madeira entra como elemento principal, tanto na estrutura como na decoração.

Os chalés de Santos surgiram a partir da demolição de cortiços no bairro do Valongo e no Centro, ordenado pelas autoridades sanitárias do Governo do Estado de São Paulo no final do século 19, devido às epidemias de febre amarela e varíola. Aos trabalhadores pobres que residiam nas habitações coletivas restou a ocupação de bairros como o Marapé e Jabaquara, Saboó. Neles, os chalés passaram a predominar. Paralelamente, portugueses da Ilha da Madeira começaram a ocupar as encostas do Morro São Bento e a utilizar a técnica de construção com o uso de madeira por ser mais barato e também tradicional em algumas regiões em Portugal.

Sobrepostas

A boa estrutura nas dependências internas e a perspectiva de redução das despesas decorrentes com o condomínio e a maior liberdade social estão atraindo a atenção cada vez mais do mercado imobiliário para as casas sobrepostas, direcionadas para o público consumidor das classes A e B.

Atualmente, há vários empreendimentos em andamento em diversos bairros em Santos, mostrando uma tendência clara do setor voltada para este segmento.

Na prática, a iniciativa também permitiu um melhor aproveitamento dos terrenos que antes eram ocupados por um único imóvel tipo Chalé.

As sobrepostas permitem que dois proprietários possam conviver em um espaço dividido em dois pavimentos, de forma independente. Em média, as construções contam com cerca de 250 a 350 metros quadrados de área útil, que inclui três dormitórios com suíte, sala, cozinha e espaço de lazer. Em alguns casos, há piscinas nos dois pavimentos e churrasqueira.

Chalé já foi demolido na Rua Bnedito Hernesto Guimarães

Demolição de casas antigas não é nenhuma novidade, em pesquisa realizada nas antigas atas da Câmara Municipal de Santos encontramos um requeimento curioso:

Requerimento de Antonio Carlos do Sacramento, pedindo restituição da quantia pela qual arrematou a demolição da casa de sobrado á Rua do Quartel, bem como a demolição do passeio no principio dessa demolição até o ato em que foi embargada pelo Procurador Fiscal da Fazenda Nacional.

A Câmara mesmo no Fiscal que provar a de conformidade com o artigo 17 do código de posturas, em relação ao próprio em questão, ficando adiado o despacho do requerimento que se decida a demolição do prédio.

Pesquisa: Waldir Rueda
Historiador